Após o momento de choque, trocamos alguns olhares e finalmente, quando voltei a realidade quebrei o silêncio.
- Oi, a quanto tempo - eu não sabia o que falar mas não podia deixá-lo ali.
- É realmente, 6 anos é um tempão - os olhos dele brilhavam - e você continua linda!
- Obrigada, - senti minhas buchechas ficando vermelhas - entra [...]
Nós sentamos no sofá sem saber exatamente o que fazer.
- Quer pipoca, - tentei ser gentil - a gente pode ver um filme...
- Adoraria, - ele era realmente cavalheiro - se não atrapalhar [...]
- Não, não vai atrapalhar. - eu o interrompi.
Me levantei e fui diretamente para a cozinha enquanto ele procurava nos filmes do meu pai um que prestasse para nós assistir-mos. Coloquei a pipoca no microondas e caminhei em sua direção, eu não conseguia parar de encará-lo, seus olhos azuis eram gamantes e prendiam minha visão. Ele estava assustado, o que me fez finalmente desviar o olhar por vergonha, eu voltei para a cozinha e fiquei olhando a pipoca enquanto girava dentro do microondas.
- Já está pronta? - me assustei, pois não tinha percabido que ele estava tão perto e acabei dando um pequeno salto.
- Axo que sim - respondi com um sorriso.
Coloquei a pipoca na vasilha que meu pai sempre coloca e levei para a sala. Quando cheguei lá o Pietro deu play no filme - um que eu não conhesia - eu sentei no sofá ao lado dele.
- Que filme é esse? - eu perguntei confusa
- Era o melhor que tinha - ele me olhou com um sorriso no rosto
O filme acabou rápido e nós ficamos sem nada pra fazer, então liguei o som e tentei puxar assunto.
- Lembra de quando nós eramos crianças, que a gente ia tomar banho na lagoa nos dias de verão para ver o sol se pôr - na realidade eu lembrei que eu era extremamente apaixonada por ele durante minha infância, e a separação dos meus pais também nos separou.
- Claro que lembro, a gente pode ir, aproveitar que hoje o dia não está tão frio e que já está começando o pôr do sol, você quer ir? - ele perguntou com um olhar ansioso.
- hum... vou me trocar, já volto - sai correndo e sorrindo
Tropecei e quase cai da escada - ai que vergonha - quando cheguei no meu quarto abri minha mala que estava toda bagunçada e fui procurar o que vistir, coloquei o meu maiô e meu vestido de bolinha por cima e desci. Fui tão rápida que ele nem percebeu que eu já tinha descido e por isso se assustou.
- A gente ainda vai passar na minha casa, vem a gente vai de carro - ele finalizou com um sorriso e saiu. Eu fui logo em seguida.
Assim que entrei no carro dele senti algo vibrando no meu bolso - celular denovo - pensava que era o Gabriel, mas era meu pai.
- Oi?
- Oi querida, eu queria avisar que vou passar a noite fora, eu e a Patty encontramos um hotel por aqui e faltam tantos preparativos ainda que nós pensamos em ficar até amanhã, você pode cuidar da casa pra mim? - ele parecia ter medo da minha resposta.
- Claro, posso sim - com companhia
Ele desligou e só pudi ouvir a voz feminina e irritante da Patricia antes de ficar em silêncio.
- Posso saber quem era?
- Meu pai, ele vai passar a noite fora.
- Se você precisar de companhia - finalmente ele falou algo util
- Vou pensar no seu caso - deu tempo de sorrir antes de ser imterrompida pela freiada do carro, tinhamos chegado na casa dele.
Enquanto ele saia pra trocar de roupa fiquei viajando com meus pensamentos, nem sabia o que eu estava fazendo ali, prestes a convidar meu amigo pra passar a noite na minha casa, não ia dar certo.Fui interrompida novamente, ele deu leves batidas na janelas que me fizeram pular de susto, depois eu abri.
- Pode descer, agoa a gente vai andando - ele parecia empolgado, mas eu nem tanto.
Desci e fui na direção que ele ia, estava um pouco perdida. As árvores haviam crescido e estava coberto de neve, eu me encolhia com o casaco que ele havia me emprestado. O seu cheiro me fazia parecer flutuando em nuvens, nunca havia sentido um perfume tão cheiroso - talvez também fosse italiano - pensei com tom de comedia.
- Vem mais pra perto, o calor humano é bom - ele falou enquanto me abraçava.
Estava realmente esquentando, mas talvez não fose por calor humano.
- Tem certeza que a água está boa?
- Tenho sim, já fui nadar em dias piores, - eu encarei ele com um olhar surpreso - velhos hábitos não mudam!
Enfim chegamos a lagoa, depois de 6 anos sem vê-la, parecia mais linda. Ele foi mais rápido e tirou logo a camisa, quando me virei não deu tempo de reparar muito e ele pulou logo na água.
- Vem logo, a água ta otima- ele parecia muito feliz.
Não pensei duas vezes, apenas joguei o casaco por cima das roupas dele, tirei o vestido e pulei.
- Woow... que sexy! - ele falou e logo em seguida soltou risadas
- Você não disse que estava gelada! - eu disse assim que consegui respirar
- Pra mim está otima - ele parecia tão tranquilo, talvez por custume
Não consegui aguentar muito tempo, meus musculos ficaram dormentes e eu afundei, eu não via nada, não sentia nada e não respirava. Quando já estava quase totalmente inconciente eu senti algo que me trazia de volta a realidade, e estava puxando com tanta força qe doeu meu braço - o que já era um bom sinal -. Pietro me colocou fora da lagoa, eu consegui sentir a terra fria embaixo de mim e no céu podia ver não tão claramente as cores do crepúsculo. A visão melhorou quando ele se aproximou, seus olhos azuisme fizeram inlouquecer. Pudia sentir ele se aproximando cada vez mais, e não conseguir manter os olhos abertos, eu senti seus lábios encostando nós meus suavemente, não estavam tão frios quantos os meus.
Nunca havia sentido tal como esse beijo, era como se não precisase parar, mesmo que eu ficase sem respirar. Apenas queria que aquele momento durase para sempre, nossas línguas entrelaçadas fazendo movimentos como numa dança enquanto seu corpo pesava sobre o meu.
Só consegui ver o fim do pôr do sol. Me lavantei e encarei ele por um momento, minhas pernas estavão fracas e ele me ajudou a andar. Coloquei o casaco e fui caminhando com ele até minha casa.
- Eu vou me mudar, estou indo morar em Natal, consegui um apartamento por lá e estou saindo daqui amanhã com você e seu pai.
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